SOBRE MINHA ALIMENTAÇÃO

27/06/2015

Minha alimentação

Sempre tive uma relação complicada com a comida. Quando nasci não pude ser amamentada e teimei em não aceitar nenhum leite. Resultado: fui criada com caldo de feijão e angu de fubá desde recém nascida.
Tive uma infância de alimentação difícil, não gostava de nada e comia pouquíssimo (quase só rapa de arroz, caldo de feijão, ovo, leite ninho, laranjas e mangas).
Na adolescência comecei a comer mais frutas e descobri que gostava de taioba, quiabo, jiló e berinjela (tudo com angu). Comecei a comer algumas carnes também. Parei de comer ovos.

Então, fui morar em uma pensão em Juiz de Fora. Bem, tive que diversificar meu cardápio meio que na marra. Foi quando comecei a comer "porcarias": empada, cachorro quente, balas, muito chocolate, etc.

De Juiz de Fora fui para a Universidade Federal de Viçosa, morando em alojamento e comendo em refeitório. Enjoada para comer como sempre fui, comer comida de refeitório universitário nos anos 80 era o fim, a comida tinha sempre o mesmo gosto. Quase nunca almoçava, preferia o jantar pois tinha a sopa, gostava também do bife de soja, e claro, do doce de leite que depois se tornou o hoje premiadíssimo "Doce de leite Viçosa". Tomava também o leite servido no refeitório (nunca mais bebi um leite tão gostoso). 
Nesta época fazia longos períodos de jejum, simplesmente não tinha fome. Era magérrima, mas foi aí que acrescentei o biscoito recheado de chocolate e muito sorvete à minha dieta.
Conheci também os veganos e os ovolactovegetarianos (chamávamos todos de "vegetarianos"). Às vezes ficava meses sem consumir derivados de carne, mas nunca gostei de verduras de folha (só mesmo couve, taioba e espinafre).

Minha dieta mudaria novamente poucos anos depois quando engravidei-me, gravidez é interessante, nunca havia gostado de pão com manteiga  até a 1ª  e coca-cola até a 2ª gravidez. Passei a comer quase "normal" !!??  mas....
Foram meus anos de enxaqueca. Sempre tive um pouco de dor de cabeça mas nesta época doía sempre, noite e dia (até surgir a santa "Neosaldina").

Já formada, e de volta à Manhuaçu e com muita enxaqueca, decidi fazer uma desintoxicação (foram 41 dias de dieta radical e controlada) - primeira dieta da minha vida. Descobri que a principal causa das dores era o açúcar e comecei a usar adoçante sem nenhum stress. E claro que intensifiquei meu consumo de frutas mas agora minhas preferidas eram aquelas ainda não muito doces. Mas ainda comia chocolates, doces, bolos, sorvetes, etc. às vezes mais (mais dor também), às vezes menos ou nada.
Nesta época eu estava muito edemaciada, fiz todos exames relacionados e tudo estava perfeito. Por minha conta, cortei o sal, deixando restrito às carnes e alguns pratos especiais.

Fazem uns 6 anos que decidi evitar açúcar definitivamente, então notei que quando comia trigo, mesmo sem doce, a cabeça doía. Cortei o trigo e aí veio a revelação: minhas fezes que sempre foram super moles endureceram! Eu era mais uma intolerante ao glúten sem nem imaginar. Fiz os testes e ficou confirmada minha alergia.
Fiquei então 2 anos ovolactovegetariana 1 ano vegana (mas comia trigo e aveia, mesmo sabendo que não devia). 
De qualquer forma, ao final de 1 ano vegan  fiz uns exames e estava com o colesterol alto!!!??? Como assim?

Agora, com 55 anos, hipertensa e com sobrepeso, decidi abolir "porcarias" da minha dieta definitivamente. E para mim, até mesmo por experiências anteriores com dietas, a melhor dieta é aquela na qual você pode comer até se sentir cheia e comer somente na hora que tiver fome. 
A dieta mais coerente para mim é sem dúvidas a Páleo. Mas não sou restrita, não mesmo, gosto de saber que posso comer o que quero, na hora que quero e quanto queira. É curioso como saber que tenho esta liberdade faz com que não queira comer nada que não seja LCHF.

Classificaria minha dieta como Baixo carboidrato/Alta gordura (Low-carb/ high-fat) com forte tendência para a Paleolítica (Primal). Mas na verdade o que procuro evitar é o açúcar e o glúten.
Foi um longo caminho até aqui, depois da fase ovolactovegetariana e vegana (deixei porque senti falta de carne) passei pelo frugivorismo (impossível viver só de frutos), dieta Atkins (muito monótona, deu até vontade comer doces), dieta Dukan (interessante mas muita "porcaria" artificial e também o problema do glúten que contamina nossa aveia). Então decidi ler bastante e usar meus conhecimentos de nutrição (animal, claro). 
Falando em animais, uma das melhores coisas que aprendi com eles foi me desprender destes conceitos alimentares criados pela sociedade como hora de almoço, 6 refeições diárias, comer mesmo sem estar com fome, etc, etc... Os animais comem quando têm fome, às vezes uma só refeição em 24 horas; se sou também um animal por que precisaria comer tantas vezes?
Hoje estou assim: se tenho fome de carne, como carne; se tenho fome de frutas, como frutas; se quero pão, como pão (sem glúten, claro); se quero doce como doce (com sucralose ou sacarina + ciclamato - adoraria suportar estévia, mas não consigo). 
Ainda não tive problemas com a lactose mas ando suspeitando por isto tenho usado leite bem fermentado (kefir, queijos).

26/07/2017

Fazem uns 10 dias que estou fazendo jejum intermitente, claro que é super fácil para mim que nunca tenho fome antes das 16:00. Mas estou comendo livremente (sem glúten/ sem açúcar e com tendência a Primal). Penso ser meu  modo preferido de alimentação, o preferido pelo meu organismo.  







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